terça-feira, 13 de julho de 2010

Depois de muito tempo...

Depois de muito tempo decidi atualizar meu blog... se é que tem alguém que lê o meu blog... Mas não tem problema, quem sabe algum dia, uma boa alma decida ir ao encontro do meu blog... Mas, vamos lá Yuri, nada de ficar sentindo autocomiseração... Se é que a palavra em questão existe.

O português é mesmo uma língua tão estranha não é? Por exemplo, a palavra Autocomiseração não pode existir, pois comiseração é o sentimento de pena em relação ao outro... Auto é aquilo relativo a si próprio, então qual o problema de se considerar um sentimento de pena de outra pessoa se esta outra pessoa for você mesmo? Seria uma espécie de paradoxo verbal, ou de um colapso verbal para aqueles que gostam de colocar a culpa no escritor. Se bem que segundo a minha querida professora de português da oitava serie, Clarice era o nome dela, em uma situação que eu não me lembro muito bem, disse que eu tinha o direito de escrever algumas coisas erradas por que eu tinha licença poética. Tudo isso por que eu estava escrevendo o meu primeiro livro, que diga-se de passagem não saiu mesmo se passando quase cinco anos...

Bem... Esta história de licença poética dá o que falar. Primeiro por que eu nem sabia que tinha licença para ser escritor, e em segundo lugar por que essa história de licença poética dá uma desculpa pro escritor errar e falar que foi poprositalmente (como agora). Mas não é bem sobre isso que eu quero escrever.
Como ia dizendo, uma língua em que é ilógico dizer ou escrever autocomiseração é a mesma língua que nos permite, em um ataque de raiva sanguinária grite com alguém na rua: Seu pavalvo filho de uma meretricula e de um mentecapto biltre. Tudo bem que ninguém hoje em dia sai gritando tais palavras desonrosas para as outras pessoas na rua, mas isso é uma coisa que o nosso idioma permite e eu quero aproveitar, tá Ok? Tá, mas a questão é: Porque diachos autocomiseração é algo ilógico e falar adjetivos vulgares como Pavalvo não é?
Por falar nisso, outro dia estava lendo um livro, e por acaso encontro a palavra rubicundo, entre outras palavras complicadas... quem em sã conciência colocaria em um livro palavras tão complicadas que nem ele próprio entenderia? E o pior é que é um escritor comtemporâneo, se fosse um autor da época de Machado de Assis eu ainda entendenria, mas não! Era um livro atual! Chega a ser Esdruxulo alguns escritores escreverem páginas e mais páginas com palavras hiper-complexas, só pra esbanjar um pouco de intelectualismo e para as pessoas comprarem para se sentirem “mais inteligentes” ou pra mostrar ao mundo que são “inteligentes” e no fundo nem ao menos saberem sobre o que é o livro. Algumas pessoas devem estar pensando que eu defendo que a linguagem literaria deve ser simples e facil. Não, eu não defendo uma linguagem simples e facil, mas sim uma linguagem complexa, mas que as pessoas leiam e compreendam, afinal, a compreensão é o principio de uma boa comunicação. Hoje em dia a sociedade está mais complexa e merece coisas complexas, mas não complicadas a ponto de serem incomprensiveis. E não tão faceis a ponto de serem infantis. É preciso faver um equilibrio para que um autor coloque sua marca no texto. Afinal, como dizia Fernando Pessoa: “Não escrevo em português, escrevo eu mesmo.”

5 comentários:

  1. É verdade. Por um lado há vocábulos difíceis de se compreender, mas por outro lado, pode ser um bom exercício de língua portuguesa, o conhecimento não se limita apenas em conhecer generalidades, conhecer a própria língua é tão importante quanto ter conhecimentos gerais. Quem ganha é o intelecto pessoal e coletivo.

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  2. Realmente, gostaria de acrescentar que geralmente essa liguagem complicada é usada por diferentes áreas da sociedade para criar uma espécie de identificação e significação, de modo que pessoas que são leigas aquela esfera não compreendem a mensagem. Por um lado isto é positivo, já que é um modo de interação e agregação dentro do próprio grupo, entretanto esta situação leva a uma falta de interdisciplinaridade entre os diversos segmentos da sociedade e a um excesso de especialização. Concordo com o seu texto, devemos ter um equilíbrio para não vulgarizarmos a linguagem e nem criarmos códigos criptografados que impeçam o fluxo de informações entre as diversas esferas sociais.

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  3. Leonardo, eu entendo o que você disse (e vc também, viu Victor) que as vezes é preciso usar palavras dificeis, o que quero dizer é que eu quero ler um livro consultando um dicionario, e não ler um dicionario consultando um livro...

    Ah, e Leo, eu não estou falando de vc indiretamente no texto,viu? rsrsrs... o modo academico de escrever deve ser bem diferente do literario...

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  4. Yuri,
    Uma boa volta. Não conhecia seu blog, mas, de agora em diante, virei visitá-lo sempre que possível.
    O Português é uma língua complicada, sim, mas, ao mesmo tempo belíssima. A sonoridade e a riqueza de vocabulário me encanta.
    Sobre o que você abordou no texto, eu diria que literatura é um diálogo e esse prevê que os dois lados entendam a mensagem sendo passada. Então, não recomendo recorrer-se a uma linguagem rebuscada para não impedir essa comunicação. Afinal, o leitor precisa (como diria Frank Miller) participar do texto e isso só é possível se ele entender a linguagem usada. E para se gostar de algo, entender um dos requisitos.
    Beijos
    Rita

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  5. Belíssima língua a brasileira, não concordas?
    Este aval para neologismos não e um problema e nem uma desculpa do escritor para errar e falar que foi proposital como vc fez ainda a pouco... a importancia de um escritor para a lingua de um país e imensurável e imedível(olha o neologismo ai).
    A lingua não e um objeto que depois de pronto não e possivel reconfigurá-lo... ela deve ser aperfeiçoada a cada instante... tentando atingir a inatingível perfeição!!! e como a sequencia: 0,1 0,01 0,001 ... cada vez mais proximo do zero ...
    mas jamais o zero!!! irmao ... clarice foi a melhor professora que ja tive... e ela estava certa, como sempre por sinal, que sim, vc tem a licença poetica pra escrever o que quiser segundo a logica e claro ...
    E quanto aos seus livros? saem ou não?
    Aquele prólogo que eu li me fascinou ... este estilo meio sidney sheldon seu te levara a caminhos inimaginaveis! irmao
    aquele abraço mais fraternoso o possivel

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