sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Ketchup com jornalismo: Ética?


Hoje vi uma cena inusitada. Estava tomando café numa lanchonete perto de casa, quando entra um homem com um curativo na cabeça. Ele pede a balconista um pouco de ketchup, afirmando que é para o seu curativo. Vendo a cara de espanto da moça ele se explica, dizendo que é um jornalista, e que seu machucado era falso, pois ele ia fazer uma reportagem na qual precisava fingir que estava machucado.Isto me fez refletir um pouco hoje. Considerando que não tenho a menor ideia de qual é o tema da reportagem nem qual o veículo no qual a reportagem seria transmitida, fiquei me perguntando se seria ético ou não tal atuação. Isto me levou a pensar numa disciplina que fiz semestre passado, sobre a relação entre ficção e jornalismo.Querendo ou não, o jornalismo se utiliza da ficção, e muitas vezes isto esta na nossa cara e nem reclamamos. Por exemplo, quem nunca parou pra refletir naquelas simulações de crimes? Quem nunca leu a mesma matéria em dois lugares diferentes e se estranhou da diferença enorme de abordagem? Isto me fez ter alguns insights sobre o jornalismo, e sobre a verdade. Por que tantas diferenças entre versões do mesmo fato? O que leva a isto? Bem, para mim isto é uma consequência da natureza da verdade. Não estou com isso dizendo que a verdade é relativa, pois eu ainda me recuso a me corromper com este niilismo pós-moderno e destrutivo que impera nas universidades (isto tudo usando dos melhores eufemismos).Mas é fato que a verdade é complexa e plural demais para caber numa só reportagem, ou numa matéria! Por isso que temos tantas versões de um mesmo acontecimento. Por exemplo, você pode falar do carnaval em salvador do ponto de vista turístico, mas você também pode falar sobre o mesmo carnaval do ponto de vista de suas consequências negativas na cidade. Tudo é uma questão de enquadre. Por outro lado, tem a questão ética envolvida. Se duas notícias em lugares diferentes se contradizem, pelas leis da lógica, uma tem que ser falsa. Viu a diferença entre esta visão e o relativismo? O relativismo que alguns professores tentam passar pelas nossas cabeças é ilógico, mas também perigoso. Me dá medo ver eles ensinando este tipo de coisa nas aulas de jornalismo! Que tipo de jornalista eles acham que estão formando?Mas continuando, não creio que seja sempre falta de ética, fazer como o jornalista do ketchup. Depende e muito dos objetivos do jornalista. Forjar um acontecimento é completamente anti-ético. Agora, se o jornalista está falando sobre uma tradição milenar de se fazer curativos, por que não? Isto me lembra uma reportagem sobre o boiadeiro usando o chamado aboio para chamar a boiada. Quem assiste, até acredita que a Globo não levou seus próprios bois, e fez os boiadeiros passar pela mesma ponte várias vezes para conseguir os melhores efeitos da imagem. Isto pra não dizer do texto, que é riquíssimo! A propósito, você pode acessar a reportagem aqui. E falo destas coisas por que conheço uma testemunha confiavel que falou a respeito da montagem desta reportagem (como futuro jornalista, também tenho minhas fontes, hã). É isto errado? Creia que não, afinal, o objetivo da reportagem é falar da tradição do aboio, e não retratar um acontecimento.
Há também que se considerar, que muitas dos problemas com reportagens um tanto ficcionalizadas tem a ver com a sua tendêncialidade (se não existe esta palavra, passou a existir agora), como é o caso da Veja. É claro que jornalismo objetivo e sem alinhamento de qualquer tipo não existe, mas temos que concordar que exagerar na dose é demais!
Deixo abaixo um video com uma reportagem do fantástico, para ver quem consegue perceber os indicios de ficção e construção nesta reportagem.
Pois bem, acho que hoje isso já rendeu o suficiente na minha mente. Até a próxima!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Voltando e tocando em frente!

Olá Pessoal!
Como vão vocês!
Eu entrei aqui hoje, após meses sem entrar, e encontrei um lugar cheio de teias de aranha e copos sujos. Então fiz uma faxina no Layout, pra recomeçar o ano, e também as postagens! Logo, logo teremos mais postagens sobre musica, arte, filosofia, teologia, ciência e tudo mais!
E pra me desculpar por ter ficado tanto tempo sem postar, deixo uma musica boa!